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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

jeep



Jeep – A história de um bravo

Roberto Amboni

Existem marcas e produtos cuja simples referência ao seu nome nos transmitem a idéia do que se trata. Podemos associar qualidades e virtudes a uma marca. Como por exemplo, podemos citar Coca-Cola, Gillette, Xerox entre outras. Assim como estas marcas, em qualquer parte do mundo a simples menção ao nome Jeep, leva as pessoas a associarem este nome aquele carrinho robusto, ex-combatente de guerra, sem conforto algum, mas muito corajoso e carismático.
  A aura criada em torno do Jeep teve início devido a sua participação na Segunda Guerra Mundial. É indiscutível a importância do Jeep neste conflito. Ele serviu em todas as frentes de batalha e se tornou uma parte vital de toda ação em terra. Foi utilizado  como veículo de reconhecimento, transporte (metralhadoras, munição, alimentos, feridos) e outras funções que a necessidade criava, desde os pântanos da Nova Guiné as gélidas regiões da Islândia. A melhor descrição da importância do Jeep na Segunda Guerra Mundial é a do correspontente de guerra Ernie Pyle: “Eu acho que não poderíamos continuar sem o Jeep. É fiel como um cachorro, forte como uma mula e ágil como um cabrito. Constantemente leva o dobro de peso para o que foi projetado e ainda se mantém andando.
   

O Nascimento do Jeep

A Primeira Guerra Mundial mostrou a necessidade de um veículo de reconhecimento leve, rápido, para todo o terreno, que substituísse as tradicionais motos com side car usadas por mensageiros. O Exército Norte-Americano, com o agravamento da Segunda Guerra Mundial, lançou este desafio aos fabricantes de automóveis. Em 11 de julho de 1940 foi enviado um pedido a 135 fabricantes para o desenvolvimento de um veículo que atendesse as seguintes especificações: veículo com tração 4x4, em aço estampado de fácil fabricação, capacidade para 03 passageiros e metralhadora .30, peso máximo de 600 Kg (depois mudado para 625 Kg), carga útil mínima de 300 Kg, potência de motor mínima de 40 hp, velocidade máxima de no mínimo 80 Km/h, entre outras características.  
O prazo de entrega do protótipo era de 49 dias, e 75 dias para a entrega de 70 veículos. Somente a American Bantam Car Company e a Willys-Overland responderam ao pedido do Exército. A Bantam foi a única empresa que entregou o protótipo no prazo vencendo a Willys na concorrência. O protótipo da Bantam, o pequeno MK II (figura 1), foi entregue ao Exército em 23 de setembro de 1940 sendo submetido a duros testes em mais de 5.000 Km de estradas não pavimentadas. A conclusão final dos avaliadores foi: “este veículo demonstrou amplo poder e todos os requisitos para o serviço.” A American Bantam Car Company foi a empresa que criou o Jeep, ao contrário do que muitos podem pensar atribuindo este fato a Willys-Overland.

domingo, 25 de julho de 2010

História da Publicidade do Jeep 1946

História da Publicidade do Jeep 1946
1946 - O JEEP TEM DUAS FRENTES DE TRABALHO - terminada a guerra, havia muitos veículos porntos de todos os tipos que nunca iriam para a Europa. Vamos arrumar trabalho para o Jeep. O anúncio diz uma uma das frentes é a "frente" por que com tração ele chega em qualquer lugar e a outra frente é a traseira, onde é fácil carregar e descarregar.
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1946 - NUNCA ANTES UM VEÍCULO TÃO VERSÁTIL - leva, traz, sobe, desce, fura, ara e até reboca aviões nos aeroportos. 1946_jeep_aviao.jpg (18384 bytes)
1946 - O JEEP LEVA VOCÊ MESMO QUE... - a  caçada mudou radicalmente nos EUA com a possibilidade de usar Jeeps, não só para ir mais longe e mais rápido, mas para trazer a caça de volta. 1946_jeep_geta.jpg (17951 bytes)
1946 - EM BREVE ESCREVEREMOS UM GRANDE NOVO CAPÍTULO NA HISTÓRIA DA WILLYS - anúncio institucional, arrojado para a época, talvez o único na história do produto,  não dexando transparecer que vinham por aí: Station Wagon, Pick-up e Jeepster 1946_jeep_newhist.jpg (15514 bytes)
1946 - UM JEEP NA FOLHA DE PAGAMENTO ECONOMIZA DINHERIO PARA VOCÊ - a medida em que você for vendo os anúncio perceba so detalhes dos logotipos, temas e lemas: 4-function vehicle e "get a Jeep". 1946_jeep_payroll.jpg (16069 bytes)
1946 - PARA TER O TRABALHO FEITO E OS CUSTOS BAIXOS ARRUME UM JEEP - a Willys se virava para arrumar utilidades para o produto, agora levando equipamento de perfuração, rebocando cargas enormes, e arando, arando, arando - algum dia ainda vão escrever a hitória do Jeep na agricultura. 1946_jeep_toget.jpg (16558 bytes)
1946 - O NOVO VEÍCULO DE DUPLA FINALIDADE QUE REALENTE SEJA AJUSTA AOS DESEJOS DA FAMÍLIA - Foi lançada a Station Wagon, com carroceria toda em metal com acabamento em madeira e a grade reta, estilo Jeep. Era uma revolução para 7 passageiros. A Willys foi muito rápida em perceber que apenas o veículo militar não era a solução e começou com uma série importante de modelos, que 50 anos depois acabou nas modernas pick-ups e SUVs. 1946_jeepsw.jpg (15167 bytes)

História da Publicidade do Jeep 1942 - 1945

História da Publicidade do Jeep 1942 - 1945
1942 - AÇO DOBRADO PARA A VITÓRIA - ao que parece, esta é a primeira propaganda do Jeep Willys, ainda em 1942, se bem que o desenho da grade está mais para o Ford Pigmy. Era o começo do envolvimento americano na Segunda Guerra Mundial e o "V" da vitória criado por Winston Churchill era o ideal a ser perseguido.
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1944 - JEEP INVADE AS FAZENDAS DO MEIO OESTE - Ainda não havia venda para os civis, mas o mercado parecia promissor. Note que o Jeep ainda é verde oliva. 1944_jeep_farm.jpg (14930 bytes)
1944 - VIVE LA FRANCE - VIVE LA JEEP - impressão artística dos franceses recebendo os libertadores americanos em Paris 1944_jeep_fm.jpg (14787 bytes)
1945 - Uma alegoria à invasão de Mindanao, nas Filipinas, ocorrida muitos meses antes. 1945_jeep_mindanao.jpg (17592 bytes)
1945 - QUALQUER G.I. (ground infantarymen - soldado de infantaria) NUM JEEP VAI DIZER PARA VOCÊ - na verdade uma propaganda do óleo Mobil, falando sobre a importância da troca de óleo em combate na vida civil. 1945_jeep_mobil.jpg (19091 bytes)
1945 - NASCIDO PARA A GUERRA E PRONTO PARA A PAZ - era a hora de começar a vender os excedentes da produção da guerra para o mercado interno. O desenho mostra o Jeep laranja rebocando uma carga imensa e as crianças curiosas. 1945_jeep_peace.jpg (15227 bytes)
1945 - não é uma propaganda, mas a capa da revista militar Yank, mostrando já o Jeep como implemento agrícola - note o estepe na lateral, permitindo o melhor aproveitamento da traseira. 1945_jeep_yankmag.jpg (10941 bytes)

JPX - A história de um grande Jeep

O jipe JPX "Montez" que conhecemos teve seu projeto desenvolvido a partir de um modelo francês, o Auverland A-3.

A Auverland foi criada em 1984 para participar de uma concorrência promovida pelo Exército Francês para desenvolver e fabricar um veículo todo-terreno leve, robusto, de plataforma multi-uso e movido a diesel, que deveria substituir 2 gerações de viaturas leves movidas a gasolina então em uso naquela força. Fruto de rigorosas especificações do Exército Francês e de 2 anos de desenvolvimento nasce então o Auverland A-3, cujos primeiros modelos de pré-série saíram da fábrica em 1987. Após exaustivas baterias de testes de campo juntamente com outros concorrentes (entre eles havia uma variante do Land Rover Series III) acabou sendo o escolhido como o veículo vencedor. A partir de 1988, após alguns melhoramentos, fruto da experiência dos modelos de pré-série, inicia-se a fabricação em escala e a comercialização do veículo.

A partir de então a Auverland desenvolveu toda uma linha de veículos 4x4 baseados na plataforma do A-3, que incluem além das diversas versões do jipe militar (inclusive uma blindada), outros utilitários como ambulância, veículo de socorro e picapes, tanto para as forças armadas francesas quanto para o mercado civil, visando especialmente na Europa, órgãos públicos e empresas que necessitavam de um veículo 4x4 com características de robustez e comprovada agilidade em qualquer terreno.
Ao longo dos anos a Auverland desenvolveu e produziu mais de 25 modelos diferentes de veículos, desde os 4x4 leves, com carga útil de 500 Kg a pequenos caminhões 4x4 com carga útil de 2500 Kg, como o TC24 SL.

Do modelo A-3 a Auverland desenvolveu, a partir de 1989, uma versão de chassi mais longo, com 4 portas e diversas configurações de carroceria, mantendo entretanto a mesma mecânica. Além do Exército Francês, seu principal usuário, este modelo é muito utilizado pela Guarda Florestal, Polícia, Corpo de Bombeiros e por diversas empresas estatais, francesas.

De sua fábrica na França, na região de Saint-Germain Laval, saíram desde 1984 mais de 9 mil veículos, muitos exportados para países do continente Europeu, como Itália, Bélgica, Holanda e Suiça, dentre outros. Os jipes A-3 e sua versão alongada, o A-4, suas variantes e as picapes A-3 e A-4 são fabricados até hoje e fazem muito sucesso, especialmente nas regiões de terrenos mais acidentados e lamacentos da França e países vizinhos. Os modelos A-3 são muito apreciados pelos "jipeiros" na França, Espanha e Itália, onde são famosos por sua confiabilidade, robustez e economia. É conhecido por lá como "4x4 Acrobata".
Em 2005 a Sociedade Auverland adquiriu da PSA (Citroën-Peugeot) a SCMPL Panhard, sua principal concorrente francesa e, ao final deste ano a fusão das duas empresas passou a denominar-se PANHARD GENERAL DEFENSE.

No Brasil, o JPX Montez

A JPX do Brasil Ltda. foi criada em 1992 pelo empresário Eike Batista (mais conhecido no Brasil como ex-marido da modelo Luma de Oliveira) e surgiu inicialmente da necessidade de substituir os descontinuados jipes Ford (Cj5) então em uso pelo Grupo Minerador EBX (carro-chefe dos empreendimentos de Eike Batista). Tendo em vista que os 4x4 fabricados então no Brasil não atendiam aos requisitos necessários de suspensão, bitola e esterçamento para o trabalho em minas bem como não possuíam a relação custo/benefício desejada, o Grupo EBX através da criação da JPX partiu então para a idéia de fabricar um jipe nacional que atendesse suas necessidades e que pudesse preencher este nicho de mercado no país.

Após estudar alguns projetos nacionais existentes na época a JPX, com vistas à facilidade e economia na fabricação decidiu optar por um modelo já existente e consagrado ao invés de investir no desenvolvimento de um veículo totalmente novo. Após avaliar diversos modelos de veículos 4x4 ao redor do mundo, encontrou no Auverland A-3 o melhor projeto de jipe para uso profissional e trabalho pesado. Após negociações com a empresa francesa, o Grupo EBX/JPX adquiriu as licenças de produção para uma versão modificada do A-3 no Brasil e montou sua planta de produção na cidade de Pouso Alegre, em Minas Gerais.

Surge então o Montez, nome dado ao modelo de jipe produzido pela JPX, que adaptou o projeto da Auverland às necessidades locais, utilizando inclusive muitas peças já existentes no mercado nacional procedentes de outros veículos, visando baratear custos. A produção comercial em escala do Montez foi iniciada em 1994, baseada em alguns jipes Auverland A-3 importados para o desenvolvimento e testes (existem raríssimos modelos 1993, fabricados para testes e participação de avaliações e em eventos) e foi reduzida violentamente em 1997 (veja a página "O Jipe Montez" para maiores detalhes).

Além do jipe Montez, fabricado basicamente em 4 versões, a JPX desenvolveu e comercializou a partir de julho de 1995 duas versões de picape derivadas do Montez, uma cabine simples e uma cabine dupla, que eram oferecidas em duas versões, a ST (Standard) mais simples e a CD (top) mais completa e equipada. Mesmo com suas inegáveis aptidões para o fora-de-estrada, as picapes JPX não fizeram tanto sucesso quanto o jipe Montez, apesar de terem cativado boa parcela do público que necessitava de uma picape rústica, para uso pesado em terrenos difíceis.

A produção do JPX Montez foi encerrada em 2001, com um total de aproximadamente 2800 unidades produzidas, sendo que destes aproximadamente 500 eram modelos militares, destinados ao Exército Brasileiro. No período de 1997 a 2001 poucos jipes foram fabricados, a maioria sob encomenda. Nesta época a JPX dedicou-se também à exportação do jipe Montez, porém sem muito sucesso, tendo vendido algumas dezenas de unidades a países africanos e do oriente médio.

A JPX, ao contrário de muitos boatos que correram na época, não faliu e tampouco teve problemas financeiros ou dívidas inadimplidas. Houveram sim alguns problemas de imagem advindos da postura pouco ética da empresa para com suas concessionárias e no atendimento a seus clientes, fato que acabou desgastando a imagem dos seus produtos no mercado nacional. Um fato que poderia de certa forma explicar o encerramento de suas atividades é a grande quantidade de processos contra a JPX do Brasil que tramitaram e tramitam até hoje na justiça brasileira, muitos deles com sentença proferida e contrária à empresa.

Por motivos até hoje não esclarecidos totalmente, a JPX do Brasil Ltda. acabou encerrando suas atividades no início de 2002. O estoque de peças foi repassado a uma de suas antigas concessionárias no RJ, a Alpina 4x4, encarregada de abastecer o mercado com material de reposição. O maquinário foi leiloado e a fábrica desativada. Seu legado: um dos melhores veículos 4x4 já produzidos no Brasil . . .

A Alpina, de Petrópolis, última representante oficial da marca, fechou as portas em 2006, deixando "órfãos" centenas de proprietários de veículos JPX, que hoje recorrem unicamente ao mercado paralelo de peças, onde alguns poucos "heróis" subsistem para manter a lenda viva.

A história do Jeep Civil.

 
A história do Jipe Civil.

Já em 1942, antes da guerra da Europa ou do Pacífico acabar, a Willys-Overland reconheceu que os populares veículos Jeep ® podiam servir o mercado de civil.
A frase "O Jeep ® em trajes civis" freqüentemente apareciam na revista da Willys-Overland e em anúncios de jornal publicados na frente de batalha durante e logo após à Segunda Guerra Mundial.
Desde o inicio, os veículos Jeep ® capturaram a atenção e admiração das pessoas em todos lugares. Eles serviram seus países na guerra na Europa e o Pacífico, e levaram uma vida surpreendente, enquanto ajudavam a derrotar o Eixo a e trazer paz ao mundo. No fim da Segunda Guerra Mundial, a Willys continuou fiel ao se lema de produção em vigor durante a guerra: "O sol nunca se põe sobre um Jeep ® Willys".
Outro anúncio das façanhas heróicas do Jeep ® na guerra, declarando "o poder e a força do versátil Jeep ® servirão a muitas necessidades nos anos de reconstrução à frente".
É possível que os responsáveis pela Willys-Overland tenham traçado o futuro do Jeep ® nesta declaração, extraída de uma nota interna de 1946:
"O Jeep ® do futuro estará sempre em constante evolução e continuará a evoluir à medida que novas utilizações para ele sejam descobertas.
O Jeep ® é um veículo funcional, em mutação constante. Diferente dos veículos de transporte clássicos, ele não se restringe apenas ao transporte."
Willys começou a promover a versatilidade do Jeep ® como veículo de entrega, trabalho e recreativo com citações como: "Quando eu voltar eu adquirirei um Jeep ®. Será um ótimo carro de entrega", "Um Jeep ® pode superar um grupo de cavalos para arar a terra." e "Não seria nenhuma ótimo ter um Jeep ® no lago depois da guerra? Você Jeep ® também está planejando?". Em verdade, a evolução do Jeep ® para o mercado civil tinha começado antes da vitória.
Em 1944, foram desenvolvidos planos para se utilizar o Jeep ® na agricultura.
Com esse objetivo, a Willys-Overland produziu 22 protótipos do veículo civil, com o nome de CJ-1A ou "Civilian Jeep", a partir do primeiro modelo do exército. Esses protótipos levaram à produção do primeiro Jeep ® civil, o CJ2A, lançado em agosto de 1945, ao preço de US$ 1.090,00.
Anúncios proclamavam "Uma usina de força sobre Rodas", novamente vendendo como um veículo de trabalho para os fazendeiros e trabalhadores de construção.
Veio com uma porta traseira, estepe montado lateralmente, faróis maiores, limpador de pára-brisas automáticos, tampa do tanque de combustível externa e muitos mais artigos que seus antecessores militares não incluíram. O nome Jeep ® deveria estar presente na porta traseira, nos vidros e no capô desses modelos. Mas no início da produção, a Willys-Overland ainda estava em disputa judicial sobre a origem do nome comercial Jeep ®, com a American Bantam Car Co. e com a Minneapolis Moline Power Implement Co, perante a Comissão Federal do Comércio. Desta forma, os modelos de produção do CJ2A saíram das linhas de montagem de Toledo, com o nome Willys.
Um total de 214.202 CJ2A foram construídos. Em 1949 é lançado o CJ3A. Muito similar ao CJ2A em aparência mas com transmissão e caixa de transferência mais robustos.
Um total de 131.843 CJ3A foram construídos. Em 1950, Willys obtêm a Marca Registrada Americana para a marca Jeep ®. Desde então, a propriedade da marca registrada Jeep ®, também registrada internacionalmente, passou da Willys-Overland para Kaiser, desta para American Motors Corporation e finalmente para a Chrysler, e recentemente com a fusão da Daimler-Bens com a Chrysler, para Daimler-Chrysler.
Hoje, Daimler-Chrysler, possui mais de 1.100 registros para a marca registrada Jeep ® em todo mundo.
O modelo CJ foi atualizado em 1953, tornando-se o CJ-3B. Foi o primeiro Jipe CJ com mudanças notáveis na carroceira de seu antecessor militar.
Com um capo e grade dianteira mais altos para acomodar o novo 4 cilindros Hurricane F-Head. Embora com o mesmo deslocamento do original "Go Devil", o motor "Hurricane" tinha um trem de válvula revisado.
O CJ-3B permaneceu em produção até 1968 e um total de 155.494 foram fabricado nos E.U.A. Em abril de 1953, Willys-Overland foi vendida para Henry J. Kaiser por 60 milhões de dólares.
Nos 16 anos de propriedade da Kaiser, instalações industriais foram estabelecidas em 30 países, e o Jeep ® foi comercializado em mais de 150 países ao redor do mundo fazendo do Jeep ® CJ um símbolo internacional.
Kaiser introduziu o CJ-5 em 1955 cuja produção e popularidade alcançaria até os anos oitenta. Teve aumento no entre eixos, comprimento total e na largura. Melhorias constantes no motor, eixos, transmissões e conforto de assento fizeram do Jeep CJ-5 o veículo ideal para o público, aumentando o interesse em atividades fora de estrada. Embora bem parecido ao CJ-3B que substituiu, caracterizou por linha mais suaves, incluindo arredondamento nas formas.
No outono de 1965, um novo motor V-6 "Dauntless" foi introduzido como uma opção em ambos, no CJ-5 com entre eixos de 81 polegadas e no CJ-6 com entre eixos de 101 polegadas. Os 155 cavalos do motor quase dobrou a potência do motor padrão Hurricane de quatro cilindros. Foi a primeira vez que um Jeep CJ poderia ser equipado com um V6, mas, seria só o começo dos motores seis cilindros disponíveis que viriam nos anos seguintes.
Em 1970, depois de duas décadas de crescimento e expansão internacional, Kaiser Jeep foi comprada pela American Motors Corporation. A primeira decisão foi dividir a produção civil e militar, e isto provou ser uma decisão correta, pois, os veículos 4x4 se tornaram mais popular no mercado de civil. Em 1978, a produção total do Jeep estava em 600 veículos por dia, mais de três vezes o que tinha sido no começo da década.
A partir de 1972 a American Motors vendia os Jeeps com o tema, "com sendo mais forte que sempre". Todos os Jeeps CJs vinham equipados com motores AMC (antes muitos motores eram comprados da GM), e estava disponível para todos os modelos, os motores V8 com 304 até 401 polegadas cúbicas (infelizmente os motores V8 só equiparam os CJs até 1981).
AMC equipou ambos, o CJ-5 e CJ-6 com eixos mais fortes, freios melhores e aquecedores/descongelantes de alta capacidade, com um novo tema para esta lenda, "Se um Jeep novo não o puder leva-lo lá, talvez você deva pensar duas vezes antes de ir".
Em 1976, como a América celebrando seu 200º aniversário e o veículo de Jipe seu 35º aniversário, AMC introduziu a sétima geração do Jeep civil, o CJ-7. Pela primeira vez, o CJ-7 ofereceu como opcional um teto moldado de plástico, portas de aço e o mais importante a opção da transmissão automática Quadra-Trac. Ambos, o CJ-7 com 93,5 polegadas de entre eixos e o CJ-5 com 83,5 polegadas de entre eixos, foram construídos até 1983 quando a demanda fez a AMC descontinuar o CJ-5 e se concentrar no CJ-7 e no Scrambler.
Cerca de 603.303 CJ-5 foram produzidos. O Scrambler lançado em 1981 era um pequeno Jeep CJ 4x4 que também era uma pequena pick-up, que ficou conhecido internacionalmente como CJ-8. Os primeiros freios a disco aparecem em 1977.
Nos anos 50 e 60 os CJs eram considerados como veículos utilitários para o trabalho, mas a partir dos anos 70 cada vez mais a ênfase é de um veículo divertido e destinado ao lazer. Assim itens de conforto são progressivamente incorporados como; direção com assistência hidráulica, carpete e ar condicionado. Já em 1970 apareceu um modelo mais luxuoso o Renegade. Em 1978 o luxuoso Golden Eagle e em 1980 o Laredo. E o mais luxuoso CJ foi lançado em 1982 o Limited.
Muitos puristas do Jeep ® entende que o último Jeep ® verdadeiro foi o CJ-7 feito até 1986. Foram construídos 379.299 CJ-7.
Fontes de Referências:
Varias Home Pages Home Page: Jeep USA Folheto: Jeep a lenda continua... da Jeep Brasil Livro: Ilustrade Jeep Buyers Guide - Autor: Peter C. Sessler - Editora: MBI Publishing Company - Primeira edição 1988

PEQUENA HISTÓRIA DO JEEP

HISTÓRIA

Meios de locomoção de soldados durante a Segunda Guerra mundial, os jipes foram criados justamente para facilitar travessias em lama, erosões, picadas e outros trechos de acesso mais complicado e que um carro normal não passaria com a mesma facilidade.
Os jipes antigos, hoje objeto de muitos colecionadores, já agregavam tecnologia para o todo-terreno. O primeiro foi fabricado para o Exército americano, em 1941. Em 1942, a fábrica Willys, que fazia os carros para o governo, lançou a marca Jeep.
O sucesso no exterior vem desde a década de 40. Mas a mania off-road, no Brasil, pegou mesmo na década de 80. Começaram os primeiros rallies e, em 1983, foi fundado o Jeep Clube de São Paulo.
Os modelos Willys ainda são bastante utilizados. Mas com a abertura aos produtos importados, no início da década de 90, o mercado de 4x4 viveu um boom. O resultado é um desfile de Toyotas, Suzukis, Land Rovers e Mitsubishis não só pelas estradas, mas pelas ruas do país.


HISTÓRIA DA WILLYS OVERLAND DO BRASIL



Embora tenha obtido sua consagração definitiva durante a II Grande Guerra, através do mundialmente famoso Jeep, o nome Willys Overland, já era de distintivo de um dos mais renomados carros de passageiros no longínquo ano de 1902.
Desde essa data, quando foi produzido seu primeiro modelo, com motor monocilindro, a Willys (primitivamente Overland Motor Car Company) manteve-se entre as maiores indústrias automobilísticas (chegou a ser a maior delas em 1911), tendo fabricado carros que marcaram época na história do automobilismo, como seu Willys Six 1909, do qual foram vendidos nada menos de 4 mil exemplares num só ano.
Também existiram outros modelos famosos da Willys tais como os Willys-Knight e os conhecidos modelos 37, 38 e 77 da década da trinta. Já na década de quarenta houve a criação do Jeepster que no Brasil teria seu representante, o protótipo Saci (Não entrou em linha de produção).
A partir de 1939, a atividade da fábrica foi inteiramente absorvida pela enorme demanda de seu utilitário de campanha, com tração nas quatro rodas, para fins militares. Cessada a guerra, a procura do veículo decresceu, mas ainda assim a Willys iniciou o desenvolvimento do projeto de um carro prático e robusto, de linhas modernas e avançadas. O protótipo foi apresentado em 1951 e já no ano seguinte era lançado a série Aero (janeiro de 1952, EUA) com os seguintes modelos Aero-Wing, Aero Lark, Aero Eagle e Aero-Ace. Em 1953 apareceu o Aero falcon e desapareceu o Aero Wing, em 1955 os últimos modelos eram chamados de Custon (sedam) e Bermuda (coupê). No Brasil começaram as atividades por volta de 1954 inicialmente montando Jeep, logo depois passou a importar a Rural e o Aero.
Em 1954 a Willys anunciava seu primeiro "Jeep" brasileiro, com tração nas 4 rodas, o Jeep pioneiro testemunhou a realidade da jovem industria automobilística nacional. Em 1959 veio outro veículo forte para o trabalho a para levar ao passeio quem com ele trabalhasse; a Rural 4x4. Enquanto isso, na cidade muita gente queria um carro realmente econômico, prático e de pequeno custo para que muitos pudessem ter então a Willys lançou o Renault Dauphine (sob licença da Renault) em 1959 também. Em 1960 foi a vez do carro maior, com espaço e conforto para seis pessoas - O Aero-Willys. Em 1961 veio a Pick-up Jeep 4x2 e o esportivo Interlagos e em 1966 o Itamaraty. A Willys fabricava seus veículos em sua unidade propria em São Bernardo do Campo (atual fábrica da Ford); em 1966 o Jeep (apelidado no Nordeste de "Chapéu de Couro") passou a ser fabricado (montado) também em Jaboatão, Pernambuco, onde estava a primeira fábrica de automóveis do Nordeste, a Willys-Nordeste, que também fabricou a Rural e Pick-up Jeep. Em 1967 a Willys contava com 7 carros de passeio e utilitarios em 19 versões, ela tinha a maior linha de produtos brasileira. Um veiculo par cada tarefa, para cada gosto, Cada um retratando um aspecto do progresso nacional. Mostrando, nas ruas, estradas, fazendas, construções e nas pistas de autódromos, como o Brasil progredia.
No Brasil também fabricou, sob licença da Renault, o Gordine e um esportivo batizado de "Interlagos". Em 1968 houve a união da Willys Overland do Brasil com a Ford Motors do Brasil que passou a chamar Ford-Willys, passando a fabricar seus veículos, até o último em 1984 ( A pick-up F-75). No IV Salão do Automóvel em 1964 a Willys apresentou o protótipo "Capeta". Em 1967 a Willys contruiu um prótotipo esporte - O Willys 1300 - destinado aos amantes de corridas, mas foram construidas poucas unidades somente para teste pois a Willys estava em negociações com a Ford, a mecânica do Willys 1300 serviria de base para o último grande projeto da Willys no Brasil o Corcel ("Projeto M" da Willys - Mecânica Renault, os primeiros modelos saíram de fábrica inclusive com o símbolo WILLYS impresso nos vidros), lançado pela Ford-Willys como FORD CORCEL em 68.
Em 1970 deixa de chamar Ford-Willys e passando simplesmente a Ford do Brasil. Aos poucos a Ford foi substituindo os veículos Willys, assim morrendo a marca no Brasil. A Willys também produzia motores maritímos, grupos geradores de solda, unidades de força, grupos geradores. As bases destes produtos eram os motores de 6 cilindros do Aero e o 4 cilindors do Gordini. A unidade que comercializava estes equipamentos era a "Divisão de Produtos Especiais" localizada em Taubaté, SP.